domingo, 28 de junho de 2009

REFORMULAÇÃO DO EXERCÍCIO REFLEXIVO


Oralidade e escrita
(Perspectivas para o ensino de língua materna)

A língua, falada e escrita, no decorrer dos últimos anos foi investigada exaustivamente por vários estudiosos. Pode-se evidenciar nesses estudos que existem diversas interpretações e linhas de pensamento, mas que há um certo ponto de concordância ao evidenciarem que a fala deve ocupar um lugar de destaque no ensino de uma língua, contrariando antigas teorias.
Segundo Biber, culturalmente os homens aprendem a falar antes de escrever e, individualmente, as crianças aprendem a falar antes de ler e escrever.

Ensino da língua na escola

Ao chegar à escola, a criança precisa aprender que a língua que ela fala não é homogênea. Precisa-se trabalhar com ela as mais variadas representações lingüísticas, variando do mais formal ao coloquial utilizado no dia a dia. No Brasil, por exemplo, há uma notória diferença entre o que é falado no Estado do Rio Grande do Sul e o que é dito na Bahia. Em algumas vezes, encontramos diferenças até em uma mesma cidade e essas variações precisam ser conhecidas pelo educando.

A organização da fala e da escrita

Para tentarmos prosseguir no estudo da língua, é importante saber como caracterizar a conversação. Esta é definida como uma atividade que precisa de no mínimo duas ou mais pessoas (interlocutores) que participem e se alternem entre si sobre um assunto de interesse comum. Esses interlocutores, devem possuir o mesmo direito no que se refere a escolha do tema da conversa, que pode ser realizada face a face ou por outros mecanismos como telefone, via internet, entre outros.

Estrutura de uma conversação

Ventola destaca alguns elementos de uma conversação que serão caracterizados a seguir:

Tópico/Assunto: Estabelece e mantém relacionamentos sociais, pois propicia o contato entre os participantes de uma conversa. Imaginemos dois amigos conversando sobre um determinado assunto, por exemplo.

Papéis dos Participantes: Os participantes desempenham vários papéis, dependendo da situação em que se encontram.

Modo: É determinado pelo objetivo da interação. Ele pode ser mais formal ou nada formal, como numa conversa entre dois adolescentes via internet, por exemplo.

Meio: É o canal de comunicação entre os participantes. Pode ser face a face, via telefone etc.

IMPORTANTE: O aspecto interacional pode determinar a estrutura da conversação. Um individuo irá se expressar de uma forma, quando for pedir um empréstimo bancário e se expressar de outra completamente diferente ao se dirigir ao seu irmão numa conversa normal do dia a dia, por exemplo.

Texto falado

Dittmann considera as seguintes características básicas para melhor entendermos o texto falado.
a) interação entre pelo menos dois falantes;
Precisa-se de um entendimento entre os participantes, o tema da conversa deve ser de conhecimento e aceitação de ambos.
b) ocorrência de pelo menos uma troca de falantes;
Não fica caracterizado uma conversação se somente um dos indivíduos tiver o monopólio da fala e o outro participante não conseguir se expressar, nem entender o que o outro diz.
c) presença de uma seqüência de ações coordenadas;
Há a necessidade de um início, meio e fim.
d) execução num determinado tempo;
O evento comunicativo precisa acontecer em um determinado tempo. É inviável iniciar um diálogo e o outro participante só responder um dia depois.
e) envolvimento numa interação centrada.
Ambos devem ter o direito de aceitar ou não o tema proposto. O interesse deve ser comum entre os participantes.
Podemos visualizar que a feitura de um texto falado corresponde a uma atividade social que necessita de interações entre no mínimo dois indivíduos que possuam algum objetivo em comum.

Níveis de estruturação do texto falado

A estrutura da conversação se organiza em diferentes níveis. A seguir, será caracterizado o nível local e global:
Local: A conversação se estabelece por meio de turnos em que os participantes necessitam de um “ponta pé inicial” de alguém. As falas vão se desenvolvendo uma após a outra e no decorrer da conversa pode ocorrer mudança de assunto, volta ao assunto inicial, hesitação etc.
Global: Acontece da mesma maneira que o global, mas a formulação do texto obedece a algumas normas específicas da organização global.
Para ocorrer essa estrutura, há a necessidade de um conhecimento prévio e partilhado entre os participantes, pois no decorres da conversa poderá haver uma digressão (desvio do tópico discursivo) de uma determinada fala como foi exemplificado na ilustração a seguir:

Falante 1: Menegildo, você vai no casamento da Zélia?

Falante 2: Não sei! Estou indo pro trabalho agora e lá vou ver se vai dar pra eu ir.

Falante 1: Você vai verificar se estará de plantão no sábado?

Falante 2: Sim.
O falante 1 só entendeu a primeira resposta, pois sabe que Menegildo é médico e costuma dar plantões nos finais de semana, ou seja há um conhecimento compartilhado entre ambos.

Coesão e coerência no texto falado

Alguns estudiosos atribuíram alguns termos para explicarem a coerência e coesão que são características básicas de um texto. Logo abaixo, tentaremos parafrasear os estudos de Fávero no que diz respeito à coesão:
Coesão referencial: Destaca-se a repetição de uma mesma palavra ou expressão.
Ex) Eu gosto de estudar... mas estudar matemática é muito complicado, pois preciso estudar várias fórmulas que são difíceis de decorar.
A alta incidência de repetições no texto favorece a coesão. Eu acredito que repete várias vezes uma palavra ou expressão nos dá a impressão de que possui um vocabulário muito limitado.
Coesão recorrencial: pode-se utilizar outras palavras para explicar o que se entendeu (paráfrase).
Ex) Falante 1:Nossa! O carro dele deve estar a mais de 100 km por hora...
Falante 2: É verdade! Ele está voando baixo...
Coesão seqüencial: Utiliza-se conectores que vão dando continuidade aos turnos.
Ex) Falante 1:Eu cheguei tarde? E daí?
Falante 2: daí que vai ser descontado do seu pagamento. (lembra a Bozena)

Estrutura do texto falado

O texto nos aponta que há quatro elementos básicos que contribuem par a estruturação do texto falado. Logo a seguir tentaremos caracterizá-los:

Turno: É o conjunto das falas produzidas pelos participantes, incluindo o silêncio. Eles se alternam entre si.
Exemplo: O Sr. diretor da FEBF irá discursar neste momento:
Bom... eu gostaria de agradecer a todos pela...

Tópico discursivo: Podemos dizer que é o foco/tema da conversação.
Exemplo: Margarida, vamos fofocar sobre as roupas das mulheres desta festa?

Marcadores conversacionais: elementos verbais, lingüísticos utilizados numa fala.
Ex) sorriso, o jeito de olhar, o choro etc.

TEXTO II
FÁVERO, Leonor L. Andrade, Maria Lúcia C. V. AQUINO, Zilda G. O. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino da língua materna. 6. Ed., São Paulo: Cortez, 2007.

Fávero, Leonor Lopes
Oralidade e escrita: perspectiva para o ensino de língua
materna/Leonor Lopes Fávero, Maria Lúcia da Cunha V de
Oliveira Andrade, Zilda Gaspar Oliveira de Aquino. – 6. ed. –
São Paulo: Cortez, 2007.

Resenha crítica do texto IV da disciplina Tendências Atuais do Ensino da Língua Portuguesa

Introdução

Não existe uma única forma de alfabetização e para alfabetizar um infante, o educador necessita investigar e levar em conta todo o cabedal de conhecimento e experiências com que o educando chega à escola.
A criança desenvolve suas produções lingüísticas observando a oralidade e a escrita dos indivíduos que estão inseridos no seu contexto social. (família, amigos, outros adultos etc).
A alfabetização e a sua identidade/personalidade vão surgindo paralelamente num complexo processo onde não basta apenas o simples manejo de regras sobre o alfabeto.
Algumas crianças até conseguem codificar e decodificar a língua utilizada, mas ao efetuarem uma leitura de um determinado texto, por exemplo, não conseguem compreender o que leram. Há também alguns indivíduos que completam os primeiros ciclos, chegam ao ensino médio e ainda continuam sem entender algumas produções textuais além de não conseguirem estruturar uma simples carta. Esses indivíduos são considerados analfabetos funcionais.

Professor ou aluno deficiente?

É muito mais prático para alguns professores tachar um aluno de “problemático” ou deficiente, mas muito desses educadores não têm a sensibilidade (característica essencial para um educador) para perceber que seus educandos são oriundos das mais diversas realidades sociais e possuem uma bagagem cultural diferente da que eles possuem. Alguns professores acabam cometendo o erro de pressupor que seus alunos tiveram ou têm a mesma vivência social de que seus filhos, parentes, enfim, pensam que as crianças são iguais àquelas que estão no seu contexto. Se esses educadores não reconhecerem a diferença que há entre eles e seus educandos e não buscarem novas práticas e ferramentas que levem em consideração a bagagem cultural das crianças será difícil conduzi-las rumo á alfabetização e serão eles os deficientes e não os alunos.

Como ler para seus filhos

A leitura de contos e histórias infantis para uma criança que se encontra em processo de alfabetização é muito valiosa.
É importante que os pais, ao efetuarem uma leitura para seu filho, estimular a sua participação para que a leitura se torne mais rica. Pode-se perguntar o que ele entende de determinado fragmento do texto, o que ele acha que vai acontecer com algum personagem, pedir para ele ler pequenos trechos, enfim, deve-se instiga-lo.

Leitura e oralidade na escola

Em determinados momentos, alguns alunos sentem medo de produzir alguns textos, pois pensam que são menos capazes, quando na realidade não estão produzindo da maneira que o professor pede.
De acordo com MacGillivray, o educador não pode esperar que os seus alunos captem o que a escola solicita deles, e sim esclarecer categoricamente o que a instituição espera e por quê.
Por fim, os educadores devem estar cientes de que existem diversas formas de modificar as aulas atuais, por isso, eles não devem deixar de estarem sempre em busca de novas ferramentas para tentar mudar a sociedade.
Dominar plenamente uma língua é poder.

Bibliografia

TEBEROSKY, Ana. GALLART, Marta S. et. al. Contextos de
alfabetização inicial. Trad. Francisco Settineri, Porto Alegre: Artmed,
2004. (pág. 85-98)

ANOTAÇÕES FEITAS NA AULA DO DIA DO DIA 18/6/2009

A escola não pode desconsiderar ou minimizar a linguagem com que o educando chega à escola;

A língua escolhida para ser ensinada em sala de aula não é neutra;

Deve-se ensinar na escola a língua “padrão” (não necessariamente culta) para que todos possam se socializar;

As línguas são mutáveis;

A escola deve favorecer o domínio da língua aos menos privilegiados para que ele não fique concentrado com a elite;

Alguns alunos codificam/decodificam a língua, mas não compreendem o que lêem. (analfabetos funcionais);

Ninguém consegue escrever só aprendendo gramática, o individuo precisa de conhecimento.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

ENRIQUECENDO O VOCABULÁRIO

É bastante vultoso o número de palavras desconhecidas que vamos descobrindo em cada leitura, sobretudo nos textos acadêmicos.
Às vezes dá uma preguiça de procurar no dicionário, né? Mas é pior ficar sem saber o significado. Nós educadores precisamos incorporar essa prática (de buscar o significado das palavras no dicionário).

EIS AQUI ALGUMAS PALAVRAS QUE EU DESCONHECIA O SIGNIFICADO RETIRADAS DO TEXTO "Leitura, texto e sentido":

COLOMBINA: Personagem da antiga comédia italiana; namoradeira, fútil e bela.
PROFICIÊNCIA: Que tem perfeito conhecimento; competente, capaz.
LÉXICO: Os conjuntos das palavras usadas numa língua, ou num texto, ou por um autor.
COMPLEIÇÃO: Constituição física de alguém; disposição espírito.
BOJO: Saliência arredondada; barriga.

FONTE: Aurélio - Minidicionário da Língua Portuguesa

COMENTÁRIO SOBRE A AULA DO DIA 4/6/2009

Nesse dia o Prof. Ivan sugeriu uma socialização entre os educandos, destinando um determinado tempo para que cada um fizesse uma breve apresentação de seu blog e falasse um pouco sobre as atividades propostas.
Confesso que senti um pouco de vergonha devido a boa qualidade dos conteúdos apresentados, mas foi proveitoso, pois me senti estimulado a trabalhar e encontrar mais tempo (que bom que veio o feriado prolongado!) para confeccionar com mais afinco as tarefas da disciplina.

Comentário da aula do dia 28/5/2009 e RESENHA DO TEXTO "Leitura, texto e sentido" utilizados pela disciplina TAE Português

Na aula do dia 28/5 foi discutido o texto "Leitura, texto e sentido". Com as considerações do Prof. Ivan, dos meus companheiros e com a minha leitura, fiz a seguinte resenha após a aula:
A leitura não é o simples conhecimento do código utilizado (Português, por exemplo). Ela necessita da mobilização de vários saberes e é uma atividade que leva em conta os conhecimentos e as experiências do leitor.
O leitor pode discordar ou concordar; pode completar ou adaptar a representação do autor. (É ISSO QUE SE ESPERA).
Um texto também nos desperta sentimentos e emoções que estão na atmosfera sugerida pela produção escrita e também no objetivo que essa leitura pressupõe.
Há textos que lemos porque queremos nos manter informados (jornais, revistas), há outros que utilizamos para nos auxiliar na feitura de trabalhos acadêmicos, há ainda a leitura realizada por prazer (poemas, romances) e textos que algumas vezes somos "obrigados" a ler como alguns manuais e bulas (dificil leitura).
Um texto não se destina a todos e quaisquer leitores em geral, mas pressupõe um determinado tipo de leitor.
É impressionante como fatores materiais como tipo de papel, cor, tamanho e tipo da fonte, uso de maiúsculas e minúsculas e paragráfos longos ou curtos influenciam e direcionam a produção para um determinado público-alvo. (nunca tinha pensado nisso).
A LEITURA É UMA ATIVIDADE QUE SOLICITA INTENSA PARTICIPAÇÃO. "LER POR LER" NÃO ADIANTA.

TIPOLOGIA E GÊNERO TEXTUAL

De acordos com alguns estudiosos na área da alfabetização, o trabalho com os mais variados textos é de extrema importância para que para que a criança desenvolva habilidades na fala e na escrita.
Para que possamos, mais conscientemente, trabalhar com textos, precisamos identificar a diferença entre tipologia e gênero textual. Este sucinto texto tem o objetivo de identificar algumas diferenças entre esses dois termos que são muito confundidos (inclusive por mim).
Pelo que entendi, tipologia textual é a forma como o texto é apresentado. Ele pode vir como uma narração, argumentação, exposição e descrição, por exemplo.
Já o gênero textual refere-se às diferentes formas de manifestação da linguagem e de expressões textuais que podemos encontrar em poesias, crônicas, email e conversas telefônicas, por exemplo.
GÊNERO TEXTUAL É CONFECCIONADO COM UM OBJETIVO. ELE É FEITO PARA UM DETERMINADO INDIVIDUO OU DETERMINADO GRUPO, COMO UMA CARTA CONVOCANDO UMA REUNIÃO OU NARRANDO UM FATO ACONTECIDO, POR EXEMPLO. ELE EXERCE UMA FUNÇÃO SOCIAL, COMO RESSALTA MARCUSCHI.
Segundo Marcuschi, algumas vezes, gênero e tipologia se encontram e exemplifica isso com uma carta pessoal que é considerada um gênero textual, mas que pode apresentar uma ou variadas tipologias (narração, argumentação, etc).

BIBLIOGRAFIA:

SILVA, R. S. Gênero textual e tipologia textual: sob dois enfoques teóricos.

Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%AAnero_textual)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

IMPRESSÕES SOBRE A AVALIAÇÃO FORMATIVA

É um método dialógico, ou seja, uma via de mão dupla para o professor e o aluno. Ele norteia o educador no que diz respeito ao processo de ensino, pois através da avaliação formativa ele pode observar o comportamento de seus alunos e como estão se desenvolvendo nas aulas e atividades propostas.
Por sua vez, o educando também lucra com a avaliação formativa, pois o educador caminha junto com ele na busca pelo desenvolvimento da autonomia crítica. Ao devolver para o aluno um trabalho, por exemplo, com comentários e a descrição dos erros e acertos com objetivo de norteá-lo, o professor está fornecendo uma ajuda muito significativa ao educando, ao invés de simplesmente devolvê-lo somente com a nota.

Texto: Construindo o portfólio eletrônico - Prof. Dr Ivan Amaro