domingo, 26 de julho de 2009

Descritores 10 e 11: Apresentação de síntese conclusiva e reflexões sobre o processo de construção do portfólio - encerramento da disciplina


Considerações finais

Bem, enfim terminamos mais um período produtivo. O fato de estudarmos um pouco mais, inclusive adentrando as férias, talvez tenha nos deixado um tanto mais cansados do que em outros semestres.
Agora é tempo de refletirmos sobre o que estudamos na disciplina TAE Português.
Durante todo o curso, discutimos alguns textos que contribuíram bastante para o nosso aproveitamento. As leituras fluíram bem, exceto o texto cinco, que embora eu tenha efetuado uma releitura e tenha feito algumas anotações sobre as considerações do professor, foi pra mim o mais difícil de trabalhar, acho que eu não tive capacidade intelectual para entendê-lo.
As considerações feitas nas aulas expositivas também foram extremamente esclarecedoras sobre cada tópico estudado. Ainda no que se refere às aulas, tivemos trabalhos em grupo, adquirimos o hábito de confeccionar pesquisas bibliográficas e aprendemos um pouco mais sobre leitura, confecção e interpretação das produções escritas.
Sem dúvida, um dos objetivos propostos que foi mais marcante para mim, foi o de conhecer e compreender os processos de aquisição de leitura e da escrita nas crianças de zero a seis anos, pois é uma fase importante para nós que poderemos trabalhar com educação infantil.
Com o que lembro agora, posso dizer que a criança ainda bem pequenina e antes de chegar à escola, já possui algum repertório de palavras e uma escrita espontânea que para nós alfabetizados, pode parecer estranha, mas que é super importante para que o seu desenvolvimento. Os pais e responsáveis necessitam estimular o infante nessa fase, participando mais ativamente. Para estimular uma criança, podemos, por exemplo, utilizar recursos simples como uma gostosa leitura de uma historinha antes de ela dormir, onde se pode também, pedir que ela leia alguns fragmentos, perguntá-la sobre o que ela entendeu e o que acha que vai acontecer com determinado personagem, enfim, instigá-la a se interessar por leituras. Por sua vez, o educador precisa ser sensível a essa bagagem cultural que a criança traz consigo ao chegar na instituição escolar, pois esse conhecimento que o educando já possui o ajudará na preparação de suas aulas.
Ainda no que diz respeito à alfabetização e letramento dos pequenos, penso que preciso estudar mais sobre como construir propostas e atividades metodológicas para serem utilizadas dentro da sala de aula, pois tenho vontade de criar alguns projetos com recursos próprios. Essa também foi uma das propostas do professor.
Outro aspecto interessante da disciplina foi o que estudamos sobre leitura e o que se espera de um leitor.
A leitura nos desperta sentimentos e emoções que estão na atmosfera sugerida por quem produziu e o leitor pode concordar, discordar e/ou adaptar o que está escrito. É isso que se espera dele.
O que também me chamou atenção na leitura é que como fatores materiais como tamanho, cor e fonte, tipo de papel e parágrafos longos ou curtos influenciam e direcionam a produção para um determinado público-alvo.
No texto em que li sobre o assunto, sublinhei a seguinte afirmação que me fez refletir um pouco: a leitura é uma atividade que solicita intensa participação. Ela nos diz que ler por só por ler não adianta.
Não posso deixar de falar também, das impressões que tive sobre a avaliação formativa que foi bastante discutida por nós no decorrer das aulas.
A avaliação formativa é dialógica, ou seja, uma via de mão dupla para o professor e o aluno. Ele norteia o educador no que diz respeito ao processo de ensino, pois através da avaliação formativa ele pode observar o comportamento de seus alunos e como estão se desenvolvendo nas aulas e atividades propostas.Por sua vez, o educando também tira proveito com a avaliação formativa, pois o educador caminha junto com ele na busca pelo desenvolvimento da autonomia crítica. Ao devolver um trabalho, por exemplo, com comentários e a descrição dos “erros e acertos” com objetivo de nortear o educando, o professor está fornecendo a ele uma ajuda muito significativa, ao invés de simplesmente devolver a produção do aluno somente com a nota.
A avaliação formativa me faz lembrar de uma atividade que o Ivan propôs em sala para nós fazermos em que entreguei a ele uma produção extremamente relapsa, indigna de um aluno de graduação e que me dá até vergonha de ter entregado. Acho que foi pela falta de tempo, pois estava me dedicando a outras coisas também, mas enfim, não é desculpa.
Quando ele me devolveu com quase todas as respostas insuficientes e com comentários desagradáveis sobre o exercício, me remeteu uma vontade de refazê-lo e de mostrar pra mim mesmo que poderia produzir algo melhor, então refiz e mandei pra ele que teceu, dessa vez, bons comentários, até disse que eu poderia “melhorar” mais algumas coisas, mas já me senti bem. Até mesmo porque se tratando do Ivan, que dificilmente elogia alguém, aquelas palavras de satisfação já eram boas demais.
Com a socialização dos blogs feita em classe, onde cada aluno apresentava suas produções no portfólio, eu também tive vontade de produzir com mais qualidades as minhas postagens, inclusive com a preocupação de utilizar fontes confiáveis e com o cuidado com a ortografia.
Portanto, posso observar que a avaliação normativa é muito importante para todo o processo educativo e é uma pratica que nunca vou esquecer e que ainda pretendo estudar mais sobre ela para levá-la comigo pra sala de aula.
Agora sobre o processo mecânico de construção do blog, posso dizer que encontrei algumas dificuldades, pois nunca tinha trabalhado com essa ferramenta eletrônica e, portanto, só consegui desenvolver um pouco mais o manejo conforme fui buscando mais informações sobre o assunto.
No que se refere à proposta de construção do blog, penso que embora nós estudantes devamos enquanto estivermos vivos, buscar novos conhecimentos e ferramentas, o professor deveria dá próxima vez em que for trabalhar com essa produção específica, propor logo no inicio do curso aos alunos que não tenham acesso a computador ou internet, que façam produções escritas, ou outras tarefas. Acho que a proposta para que quem não tivesse o manejo na web pudesse fazer outras produções veio um tanto tarde.
Por fim, posso concluir que a disciplina foi muito proveitosa para minha formação acadêmica, sobretudo porque pude refletir um pouco sobre o ensino da língua oral e escrita na Educação Infantil, pois como já tinha dito antes é um processo que não podia deixar de faltar para nós educadores e que precisamos nos comprometer e pesquisar ainda mais.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

ENRIQUECENDO O VOCÁBULÁRIO II

Eis algumas palavras do texto 6 que eu desconhecia o significado:

GARATUJA: careta; desenho malfaieto; rabisco
IDIOSSINCRÁTICAS: (idiossincrasia) maneira própria de ver, sentir e reagir de cada individuo;
PROSÓDICOS: (prosódia) pronúncia regular das palavras, com a devida acentuação;
PIRILAMPO: inseto com órgãos fosforescentes; vagalume
AMALGAMADA: (amálgama) liga de mercúrio (Quím); mistura de elementos diversos que contribuem para formar um todo.

Fonte: Aurélio - Minidicionário da Língua Portuguesa

TEXTO 6


ENSAIO SOBRE O TEXTO 6 “ A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE A ESCRITA”
No dia 9/7/2009, tive a idéia de gravar a aula do Prof. Ivan. A gravação do áudio dos comentários feitos em sala é um mecanismo que nos auxilia bastante nas leituras dos textos e no desenvolvimento da disciplina em geral, desde que o aparelho utilizado para efetuar a gravação esteja funcionando.
Coloquei o meu aparelho de mp3 pra gravar e as mais de 2h de “gravação” me remetia apenas um inservível zumbido.


Este ensaio será feito em tópicos sucintos, porém o mais categórico possível.


1. PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA: O texto tenta abordar, sob o ponto de vista da criança, o processo de aprendizagem da leitura e da escrita.
A criança constrói seu conhecimento no campo da escrita conforme ela mesma vai fazendo indagações/perguntas e assimilando as informações sobre os textos que estão ao seu redor;

2. No início do texto as autoras apresentam um exemplo de uma menina européia de cinco anos (cabe ressaltar que a alfabetização é conduzida de maneira muito semelhante independente do país, portanto, as investigações realizadas na ilustração das autoras são válidas também para nós) que estava sendo alfabetizada;

3. A aprendizagem de Andrea se dá em diferentes estágios. No mês de setembro ela escrevia seu nome da direita para esquerda e lia com segmentação silábica (sabia o a correspondência entre a letra e a silaba);

4. Em dezembro, com a ajuda de seu pai que escreve seu nome da esquerda para a direita (globalmente), Andrea começa a lê de forma global, mas quando a profa pede para que ela leia passando o dedo sobre as letras, ela não consegue;

5. Depois de passar por diferentes estágios, em abril Andrea, enfim já conseguia ler da esquerda para direita (fazendo a devida correspondência).

6. NO DECORRER DESSE EXEMPLO, PENSO QUE É CONVENIENTE SALIENTAR, QUE O AUXILIO RECEBIDO POR ANDREA POR PARTE DE SEU PAI FOI FUNDAMENTAL NESSA FASE DE SUA ALFABETIZAÇÃO. OS PAIS PRECISAM ESTAR CONSCIENTES DE QUE PRECISAM DAR ESTÍMULOS A SEUS FILHOS E PARTICIPAR DE MANEIRA MAIS ATIVA NA EDUCAÇÃO DOS SEUS PEQUENOS.

7. AH! TAMBÉM É PROVEITOSO LEMBRAR AOS EDUCADORES QUE É MUITO PROVEITOSO A UTILIZAÇÃO DE UMA FICHA DE ACOMPANHAMENTO PARA CADA CRIANÇA. COM ELA PODE-SE ACOMPANHAR O DESENVOLVIMENTO DE CADA EDUCANDO, NOS FORNECENDO INFORMAÇÕES MUITO VALIOSAS PARA A NOSSA PRÁTICA EDUCATIVA.

8. Em algumas vezes a criança até sabe identificar seu nome quando ele é mostrado a ela, mas não consegue ler realmente o que está escrito não fazendo a correspondência entre as letras e as sílabas que compõem o seu nome.

9. Antes de compreender como funciona o sistema alfabético da escrita, as crianças começam diferenciando desenho de escrita. Dessa forma, uma vez que sabem quais são as marcas gráficas que são para ler, elas elaboram hipóteses sobra a combinação e a distribuição das letras.
Assim, por exemplo, as crianças distinguem entre textos que têm poucas letras e textos que segundo elas, “são para ler” (que devem ter mais de quatro caracteres). Para elas, várias letras combinadas com pelo menos uma certa alternância, são consideradas para ler. As autoras dizem, portanto, que essas restrições que as crianças impõem ao material gráfico para permitir um ato de leitura.
Essas hipóteses são construídas na alfabetização inicial e são constituídas sem a interferência de um adulto.

Aqui diz alguma coisa?

Para as crianças pequenas, essa pergunta não tem sentido porque, para elas, um texto escrito “não diz”, ou seja, não é nada simbólico. Mas, por volta dos quatro anos, elas já dão uma resposta verbal. Então dizemos, por exemplo, que as crianças que respondem a essa questão imaginam o texto em termos do seu potencial de intencionalidade comunicativa. Ainda nessa idade, mesmo que elas ainda não “dominem” algumas palavras complexas o educador deve estimulá-las no sentido de que elas leiam outros textos além dos que estão no livro didático como jornais, revistas, por exemplo.

O que está escrito?


EXERCICIO PARA SER FEITO NA CLASSE

As autoras nos apresentam um exercício bacana para auxiliar as crianças no desenvolvimento da leitura.
Na frente de cada gaveta deverá estar escrito o objeto que ela contém e o exercício consiste em pedir que elas peguem em uma espécie de gaveteiro de modo que os objetos que estejam dentro das gavetas não sejam visto pelas crianças.
Elas têm que pegar os objetos solicitados pelos educadores ou pelos próprios colegas de classe.
O educador é uma figura legítima para auxiliar a criança na sistematização de seu conhecimento e quando o educando escreve uma letra de maneira incorreta, ela não deixa de ser essa letra, mas ele precisa mostrá-la a forma correta.
NOSSA CONCEPÇÃO DA ESCRITA E DA LINGUAGEM ESCRITA

Tradicionalmente, a escrita alfabética tem sido definida como um código gráfico de transcrição dos sons da fala.
Recentemente, de acordo com alguns lingüísticas e historiadores, mais do que um código, a escrita é um sistema de representação da linguagem com uma longa história social.
Como sistema de representação, o aprendizado da escrita consiste na apropriação de um objeto de conhecimento, de natureza simbólica, que representa a linguagem. Durante esse processo de apropriação, tanto a representação simbólica tanto a linguagem são afetadas pela escrita.

Percepção de certas unidades da fala

Não apenas a segmentação, mas também a percepção da fala está influenciada pela experiência do falante. Lingüísticas e psicólogos concordam que a percepção da linguagem é um processo ativo no qual intervêm muitos fatores, entre os quais se inclui também a natureza das palavras que são percebidas.
Assim acontece, por exemplo, com os nomes próprios, em especial com nomes estrangeiros e com os nomes dos números, pois nem todos os ouvintes as percebem da mesma maneira, segundo Blanche Benveniste e Jeanjean (1987).
Os nomes próprios e os nomes dos números não podem ser deduzidos a partir do contexto. Para transcrever um nome próprio é preciso a referencia escrita, porque a recepção pode variar. Por exemplo, uma pessoa percebeu “Bis ao leite” onde outra reconheceu “Bisa, o leite!” (trata-se de siglas). O que ocorre com os adultos em relação aos nomes próprios, pode ocorrer também com os mais jovens em relação aos nomes comuns.

A noção da palavra

Entre os lingüísticos há um certo acordo na definição de morfema como uma unidade mínima de sentido, mas não há acordo com relação à definição de palavra. Não obstante, para os leitores e escritores, fica claro que, em um sistema alfabético, palavra é tudo “o que figura entre os espaços em branco”, isto é, a palavra tem uma definição gráfica.
Enquanto as unidades alfabéticas (vocais e consoantes) se referem às unidades sonoras, muitos dos aspectos “não alfabéticos” presentes no texto se referem às palavras. Assim acontece com a utilização dos espaços em branco entre as palavras para separá-las, com a letra maiúscula inicial, com a pontuação ou as marcas e com a própria ortografia das palavras.

IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO

De acordo com os dados apresentados, pode-se afirmar que a leitura e a escrita existem fora da sala de aula, e as crianças não são aprendizes passivos, não copiam os modelos adultos que estão ao seu redor, nem esperam ir à escola para começar o processo de aprendizagem da leitura.
Esse começo precoce e essa atitude ativa diante da leitura e da escrita, não obstante, necessitam de ambientes ricos em experiências de leitura. Requerem adultos, que da mesma maneira que reconhecem nos balbucios dos bebês uma intenção comunicativa, podem ver nas garatujas e nas respostas das crianças de três ou quatro anos os primórdios da escrita.
Quando falamos de balbucios iniciais não nos referimos às aprendizagens mais convencionais de leitura e de escrita. Assim, na perspectiva construtivista se chega também a resultados convencionais, mas mediante o desenvolvimento das competências iniciais que conduzirão a esses conhecimentos. A transmissão direta não é a única que dará lugar à aprendizagem, porque a criança também adquire aprendizagem, porque a criança também adquire aprendizagem a partir do que constrói.
Não devemos esquecer que, em função da natureza da escrita como objeto cultural, o conhecimento da escrita começa em situações da vida real, em atividades e em ambientes também reais. Portanto, aprender sobre as funções da escrita é parte integrante do processo de aprendizagem da leitura e da escrita, bem como é aprender sobre suas formas.
O tipo de atividades ou de materiais que as escolas oferecem à criança pode estar em plena contradição com suas experiências e hipóteses. Isso pode acontecer, por exemplo, se a escola propõe a cópia como único caminho de acesso ao aprendizado da escrita, o ditado das palavras como maneira de favorecer a analise de letras isoladas ou os exercícios de pré-escrita ou de pré-grafismos.
As crianças que já começaram o processo de compreensão da escrita precisam entender para aprender a ler e a escrever: entender como funciona o sistema alfabético, entender a relação entre linguagem oral e linguagem escrita e entender quais são as unidades especificas do texto escrito.Podemos que concluir que para a perspectiva construtivista, aprendizagem deve levar em conta todo o processo de compreensão, processo este que tem lugar, também, graças a aprendizagem.

BIBLIOGRAFIA

TEBEROSKY, Ana. COLOMER, Teresa. Aprender a ler e escrever:
Uma proposta construtivista. Porto Alegre: Artmed, 2003.

TEXTO 5


Ensaio sobre o texto: Os problemas cognitivos envolvidos na construção da representação escrita da linguagem.


Sem dúvidas, este foi o texto em que mais tive problemas pra entender. Não tive capacidade intelectual para absorver o que a autora dizia. A releitura do texto e as considerações do Prof ajudaram, mas mesmo assim tive dificuldades.

Emilia começa dizendo que se baseou em idéias piagetianas para elaborar suas pesquisas sobre leitura e escrita.
COMO SE PASSA DE UM ESTADO DE MENOR CONHECIMENTO A UM ESTADO DE MAIOR CONHECIMENTO? (Piaget)
Para responder a esta pergunta, Emilia diz que em primeiro lugar é preciso procurar identificar os modos de organização relativamente estáveis que pode caracterizar os níveis sucessivos de conhecimento em um dado domínio; todavia, o problema central é compreender os processos de passagem de um modo de organização conceitual a outro, explicar a construção do conhecimento.
Quando procuramos compreender o desenvolvimento da leitura e escrita, do ponto de vista dos processos de apropriação de um objeto socialmente constituído, buscamos ver se havia modos de organização relativamente estáveis que se sucediam em certa ordem. Agora sabemos que há uma série de modos de representação que precedem a representação alfabética da linguagem.

PRECISAMOS ENTENDER COMO A CRIANÇA CONTRÓI AS SUAS HIPÓTESES
As produções lingüísticas da criança podem parecer caóticas para nós “alfabetizados”. Nossa tarefa é procurar entender como ela constrói seu conhecimento e como se dão as várias fases de apropriação do saber.

ALGUMAS DIFICULDADES COGNITIVAS DAS CRIANÇAS
Há algumas dificuldades cognitivas que parecem evidentes. Algumas crianças enfrentam problemas de classificação quando procuram compreender a representação escrita.
Repetidas vezes encontramos crianças que pensam que estarem lendo seu nome completo em qualquer parte do texto.
Um pouco mais tarde, quando as crianças começam a controlar sistematicamente as variações na quantidade de grafias que compõe cada escrita que produzem, algumas situações privilegiadas lhes permitem conseguir uma coordenação momentânea.
A criança vai construindo novas tentativas de coordenação e isso requer um esforço cognitivo considerável.
O sistema de escrita que a criança encontra no mundo circundante e todas as informações fornecidas do meio ambiente em que vive são pertubadoras para ela. Algumas vezes ela compreende o que faz, mas não compreende o que os outros fazem.
Torna-se evidente que, para compreender o desenvolvimento da escrita, não se pode invocar, apenas, a espontaneidade e a criatividade do sujeito. Claro que a espontaneidade e a criatividade existem, mas não se desenvolvem numa direção aleatória. Nossa tarefa é precisamente procurar explicar esta direcionalidade.
No desenvolvimento da leitura e da escrita, considerando como um processo cognitivo, há uma construção efetiva de princípios organizadores que, não apenas podem ser derivados somente da experiência externa, como também são contrários a ela; são contrários, inclusive, ao ensino escolar sistemático e as informações não-sistemáticas. Uma teoria completa do desenvolvimento infantil da escrita não pode deixar estes problemas sem solução. São exatamente estes problemas que adquirem u m significado preciso e definido dentro do marco teórico da teoria de Piaget.

A INTERPRETAÇÃO DA LEITURA DA ESCRITA
ANTES DA LEITURA CONVENCIONAL

Antes de chegar à escola ou começar a dominar a leitura convencional, a criança tem contato e tenta interpretar os textos que estão a sua volta. (títulos, embalagens comerciais, historias em quadrinho, etc.), e quando chega a na instituição escolar ela leva todo esse conhecimento.
Nós educadores temos que entender isso, pois nenhuma aprendizagem começa do zero.
Temos também, que investigar as informações “visuais e não visuais” que os educandos assimilam e utilizam antes de dominar a leitura/escrita convencional.
Para um infante que ainda não tem esse “domínio” a significação do que está escrito depende do contexto e segundo as teorias piagetianas, essa lógica é uma fase natural do entendimento da escrita.

ALGUMAS ANOTAÇÕES FEITAS EM AULA

Se uma criança de seis ou sete anos ainda não domina a linguagem/escrita convencionada, deve-se realizar um trabalho imediatamente com ela;

O problema de alguns professores é querer que uma criança de cinco ou seis anos leia conforme o padrão convencionado e esse domínio da leitura é adquirido num processo de maturação;

“O alfabetizador deveria ter doutorado e ganhar mais do que qualquer outro educador”.
Prof Ivan

BIBLIOGRAFIA
FERREIRO, Emilia. Alfabetização em processo.
18. ed., São Paulo, Cortez, 2007. (p. 09-20)